21 de junho de 2011

Será que a nova geração está preparada para lidar com as novas tecnologias com maturidade?

Encontrei num blog um post sobre um dos temas que está em ascendência, tanto na vida social em geral, como na vida do profissional de T.I., principalmente. 
E também temos que pensar em nossa postura, pois a vida das pessoas estão "jogo", em relação à evolução das tecnologias.

As redes sociais e a questão da identidade cultural

O tema da identidade cultural na pós-modernidade vem sendo discutido por diversos teóricos do assunto. Segundo Stuart Hall, “as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. Assim, a chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social”.

Em síntese, mudanças estruturais estariam fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade que, no passado, nos forneciam sólidas localizações como indivíduos sociais.

Antes havia a idéia, como a formulada pelo filósofo Roger Scruton, que dizia que: “a condição de homem exige que o indivíduo, embora exista e aja como um ser autônomo, faça isso somente porque ele pode primeiramente identificar a si mesmo como algo mais amplo – como um membro de uma sociedade, grupo, classe, estado ou nação, de algum arranjo, ao qual ele pode até não dar um nome, mas que ele reconhece instintivamente como seu lar”. Logo, o homem só pode ter sua noção de indivíduo se, primeiro, tiver sua noção como sujeito parte de algo mais amplo: a sua sociedade, que possui a sua própria cultura.

A tese de Scruton torna-se frágil se pensarmos hoje na multiplicidade de referências que uma única sociedade nos oferece em termos culturais. Isto por diversos motivos:

- Uma sociedade, no mundo globalizado e conectado, sofre influências de diversas outras culturas e as incorpora.
- “Tudo o que é sólido se desmancha no ar”, como metaforizou Karl Marx, explicando que as sociedades modernas são sociedades de mudança constante, rápida e permanente. O que acreditamos ser parte da nossa identidade e cultura hoje, talvez não seja a mesma de vinte anos atrás, e tampouco será a mesma daqui há trinta.

Neste contexto, as redes sociais como Facebook e Twitter tem um papel fundamental. Anthony Giddens diz que “à medida que áreas diferentes do globo são postas em interconexão umas com as outras, ondas de transformação social atingem virtualmente toda a superfície da terra”. Por meio das redes, usuários de todas as partes do mundo trocam experiências, vivências e ganham uma ainda pouco dimensionada capacidade de influência.

Um recente estudo determinou quais eram as personalidades mais influentes no Twitter, mas ainda é impossível dimensionar o poder desta influência e de que maneira isso modificou uma estrutura sócio-cultural. Mas houve a modificação, isso é fato.

Mais do que isso, as redes sociais permitem que um indivíduo se apresente para o mundo como um indivíduo autônomo, não mais como um indivíduo intimamente ligado à sociedade e cultura em que vive.

É bem verdade que em redes sociais como o Orkut existem as chamadas “comunidades”, em que os indivíduos são identificados com os grupos sociais que fazem parte. A tendência ao longo do tempo foi, porém, ver um único homem associado há mais de 100 comunidades diferentes. Um brasileiro de 20 anos é identificado como flamenguista, aluno da UFRJ, estudante de economia, apaixonado por hip hop, nascido em agosto, interessado em seriados americanos, que não suporta acordar cedo e odeia cachorros.

A partir deste conjunto de comunidades forma-se um indivíduo único. O indivíduo X passa a ser identificado por pertencer não há uma comunidade A, mas sim as comunidades A, B e C. O indivíduo Y pode até compartilhar a comunidade A, mas nada impede que se inclua também numa comunidade D e E, e portanto se diferencie do indivíduo Y.

A publicidade está começando a se atentar para esta mudança de paradigma. Evidente, ainda é cedo para determinar o “fim das massas”, mas é inegável o surgimento de uma publicidade super-segmentada voltada para um público cada vez mais específico. No jornalismo, isto surge com as revistas especializadas em aviões, em lutas, em plantas e até design em ambiente web.

O Facebook, Twitter e Orkut são armas poderosas nas mãos de pessoas que querem cada vez mais fortalecer sua imagem como indivíduo, se destacar na multidão e mostrar para o mundo seus gostos, suas idéias e até o que estaria pensando no momento. O auge desta busca pelo individualismo e egocentrismo é a tendência dos jovens de se auto-fotografarem.

As redes sociais tornaram-se selvas onde todos querem chamar atenção, atrair seguidores e ter suas frases repassadas de pessoas por pessoas, tornando-se, não conhecida, mas pelo menos citada no mundo todo.

Publicado por Marcos Freitas em terça-feira, 31 de maio de 2011

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